Vacinas administradas em maio caíram mais de 40%

Queda de 40% em comparação com o mesmo mês de 2019. Quebra mais acentuada registou-se nas crianças com mais de 18 meses e nos adolescentes.

22 Setembro, 2020

Os dados, atualizados até ao passado dia 27, indicam que em maio de 2019 tinham sido administradas 519.234 vacinas.

A Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (ARSLVT) foi a que registou maior número de vacinas administradas (111.262), seguida pela ARS Norte (111.013), ARS Centro (49.285), ARS Algarve (15.054) e ARS Alentejo (14.079).

Comparando com o mês de abril (395.416), em maio o número de vacinas administradas caiu quase 24%.

As autoridades de saúde já tinham alertado para a importância de não descurar o Programa Nacional de Vacinação (PNV), sobretudo nesta altura de pandemia da Covid-19, lembrando que as vacinas previstas para o primeiro ano de vida conferem proteção contra 11 doenças potencialmente graves.

Por ocasião do Dia Mundial da Criança, na passada segunda-feira, a diretora-geral da Saúde voltou a apelar aos pais para que vacinem os filhos, utilizem as consultas de vigilância e realizem o teste do pezinho aos recém-nascidos.

 

Quebra mais acentuada nas crianças com mais de ano e meio e nos adolescentes

Já a coordenadora da equipa do PNV esclareceu hoje que a maior parte da quebra registada no número de vacinas administradas nos meses atingidos pela pandemia da Covid-19 “tem a ver com a vacinação de adultos e adolescentes”.

Teresa Fernandes vinca que o problema não está tanto na vacinação das crianças até aos 18 meses, mas nas crianças de 5 anos e sobretudo nos adultos e adolescentes, nos quais não causa problema adiar um ou dois meses vacinas a administração de vacinas para aquela faixa etária que tem uma validade que chega aos 10 anos.

A coordenadora da equipa do PNV destacou que desde o início de maio está a ser regularizado o processo de vacinação junto dos centros de saúde de todo o país, apelando para que as pessoas em falta façam a marcação por telefone ou email junto do respetivo centro para tomarem a vacina.

 

Pais devem marcar as visitas, para evitar filas e aglomerados

“Não há nenhum motivo neste momento para que as crianças não tenham as suas vacinas atualizadas”, disse Graça Freitas, sublinhando que “a vacina evita muitas doenças, algumas delas graves” e que a última coisa que as autoridades querem é ter surtos de outras doenças.

Para cumprir a vacinação dos filhos, os pais devem marcar as visitas, para evitar filas e aglomerados, por causa da pandemia.

Numa nota publicada em abril, e perante a necessidade de adotar medidas de caráter excecional e temporário para prevenção da transmissão da infeção por Covid-19, a Direção-Geral da Saúde (DGS) definiu como prioritária a vacinação recomendada no primeiro ano de vida, sublinhando que “aos 12 meses, as vacinas contra o meningococo C e contra o sarampo, papeira e rubéola são muito importantes”.

Dados divulgados no final de abril indicavam que uma em cada 10 crianças com 13 meses de idade em Portugal não tinham no final do ano passado qualquer vacina contra o sarampo.

O relatório do Programa Nacional de Vacinação (PNV), que avalia o cumprimento do PNV em 2019, diz que aos 13 meses de idade, 14% das crianças ainda não tinham iniciado a vacinação contra o sarampo nem contra a doença invasiva meningocócica do grupo C, que devem ser administradas aos 12 meses.

“Este facto coloca as crianças desta idade em risco de surtos de sarampo, se contactarem com casos, uma vez que estão, na sua maioria, juntas em creches, sem beneficiarem da imunidade de grupo, conferida a partir de uma cobertura de 95%”, alerta o documento.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) já tinha avisado que as campanhas de vacinação não podiam ser postas em risco pela pandemia de covid-19, sublinhando que doenças como a poliomielite ou o sarampo podem ressurgir.

eV/LUSA

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