Vacinar os mais jovens é “essencial para travar entrada das novas variantes”

Especialistas alertam que não vacinar os mais novos pode “dar cabo da vacinação nos adultos”.

12 Maio, 2021

Os especialistas garantem que vacinar os mais novos é essencial para o controlo da pandemia de Covid-19, nomeadamente para mitigar o efeito das novas variantes de SARS-CoV-2.

Ao DN, a imunologista Margarida Saraiva acredita que, “se a ideia em termos globais é ter o máximo de pessoas vacinadas contra o SARS-CoV-2 para proteger a sociedade, as crianças não podem ficar de fora, senão seria muito difícil atingir a imunidade de grupo”.

Já a infecciologista pediátrica Ana Reis Melo destaca três razões que justificam a vacinação desta faixa etária: proteção contra o desenvolvimento de formas graves da doença, proteção contra a entrada das novas variantes e proteção para terem uma vida pessoal e social o mais normal possível.

 

Travar as novas variantes e regressar à vida social “normal”

 

A médica alerta que “o surgimento de novas estirpes é um problema”. “Até agora, a vacinação está concentrada nas faixas etárias dos adultos; se continuarmos assim, estamos a deixar de fora as faixas etárias menores, que poderão ser capazes de propagar o vírus rapidamente entre elas, dando cabo da vacinação nos adultos. Estamos perante novas estirpes”. 

A opinião Margarida Saraiva é semelhante à de Ana Reis Melo, pois o surgimento de novas variantes poderá criar um problema de surtos em escolas, e ir para outras camadas da sociedade. A imunologista e presidente da Sociedade Portuguesa de Imunologia reforça: “Imagine, há uma região em Portugal onde a população mais jovem constitui um grupo com algum peso, aqui a percentagem de 70% de vacinados para atingir a imunidade de grupo não será suficiente, terá de ser bem mais elevada, porque os mais novos têm peso no todo e não estão imunizados”.

“Os especialistas têm vindo a sublinhar que quando uma pessoa se vai vacinar, não está só a pensar nela, está a pensar na sociedade como um todo, e, neste sentido, há todo o interesse em vacinar as crianças”, reforçou a investigadora.

Recorda-se que o Canadá e os EUA autorizaram o uso da vacina da Pfizer para jovens dos 12 aos 15 anos e a Europa prepara-se para fazer o mesmo em breve. Os dois países americanos querem iniciar o processo de vacinação em jovens já este mês. Na Europa, a Alemanha já admitiu querer vacinar os jovens dos 12 aos 18 anos antes do início do ano letivo, até ao final de agosto.

A Pfizer e a BioNTech já estão a preparar uma nova vacina para a faixa etária dos zero aos 12 anos, que pode estar concluída no próximo ano.

SO

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