Vacinados com a Janssen vão receber reforço. Eficácia cai drasticamente após três meses
Evidência científica aponta para uma queda acentuada da eficácia da vacina da Janssen para menos de metade, o que justifica, segundo a DGS, a dose de reforço.
19 Novembro, 2021
As pessoas a partir dos 18 anos que receberam a vacina contra a covid-19 da Janssen (cerca de um milhão de pessoas) vão poder receber uma dose de reforço após 90 dias da administração da primeira, anunciou a diretora-geral da Saúde.
A medida foi anunciada em conferência de imprensa pela diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, que explicou que, no caso das pessoas que receberam a vacina de dose única da Janssen, não existe qualquer limitação de idade.
A dose de reforço, que será da vacina da Pfizer ou da Moderna, pode ser administrada após 90 dias.
Em causa está a evidência científica que aponta para uma queda acentuada da eficácia da vacina da Janssen, de dose única, de 67% duas semanas após a administração, para “metade ou menos” 90 dias depois, diz, ao Expresso, o epidemiologista Manuel Carmo Gomes. “Existe já muita evidência, incluindo dados portugueses, que mostram um decaimento da proteção contra a infeção, mesmo que seja assintomática, conferida pelas vacinas”.
Com o reforço com uma vacina de mRNA, a proteção subirá para níveis semelhantes aos de vacinas como a da Pfizer e da Moderna, isto é, “acima de 80%”.
Esta medida surge numa altura em que estão a subir de forma exponencial as infeções em pessoas jovens, dos 18 aos 29 anos. A somar ao facto de esta faixa etária ter mais mobilidade social, junta-se a particularidade de muitos dos homens jovens adultos terem sido inoculados com a vacina da Janssen.
Graça Freitas anunciou também que, no caso das pessoas que entre a população que está já a receber a terceira dose da vacina – a partir dos 65 anos de idade, profissionais de saúde, do setor social e bombeiros -, passam a estar também incluídos os recuperados da doença que tenham recebido uma dose.
Por outro lado, a Direção-Geral da Saúde decidiu encurtar o intervalo entre a segunda dose e a terceira, que é atualmente de 150 a 180 dias, ou seja, cinco a seis meses.
LUSA