Vacinação. Estudo confirma influência dos líderes políticos na confiança da população

Resultados confirmam uma correlação clara entre as declarações dos governantes e a decisão da toma da vacina contra o novo coronavírus.

16 Junho, 2021

De acordo com o estudo “Trust in COVID-19 Vaccines”, as declarações dos líderes políticos influenciam significativamente a confiança da população na toma da vacina contra o vírus SARS-CoV-2. Do mesmo modo, os resultados também revelam o impacto dos media na capacidade de moldar a opinião pública.

Como revelam em comunicado, a investigação, promovida pela multinacional CARMA, “combinou a monitorização de media feita por especialistas” e a respetiva “análise com pesquisa de dados e market research”. Esta procurou “investigar cada um dos principais fabricantes de vacinas”, entre as quais a da Pfizer, AstraZeneca, Moderna e Johnson & Johnson, com o propósito de analisar a “favorabilidade, liderança e confiança por região”, incluindo Portugal.

Segundo explicam os resultados, a influência das figuras de autoridade no comportamento do público é explícita, sendo possível mencionar, por exemplo, o aumento da desconfiança francesa em relação à AstraZeneca, que atingiu 61% em março, a propósito das declarações do presidente Emmanuel Macron, e o registo de uma desconfiança de apenas 9% na Grã-Bretanha, justificada pelas mensagens positivas e de orgulho nacional promovidas pelos seus políticos.

Do mesmo modo, a perda de confiança na vacina AstraZeneca entre os meses de dezembro a março coincidiu com o registo de várias declarações de líderes políticos europeus e profissionais de saúde pública. A mesma confirmou que grande parte da desinformação, especificamente na Europa, esteve associada aos supostos coágulos sanguíneos resultantes da toma desta vacina.

Relativamente ao modo como os media procuraram construir a informação relativa ao processo de vacinação, os resultados revelam que enquanto os jornalistas norte-americanos recorreram maioritariamente a comentários das empresas farmacêuticas, em França e na Alemanha, como em Portugal, a escolha assentou na promoção de declarações das autoridades governamentais e de saúde.

Ainda, a utilização de linguagem emotiva também foi visível, sobretudo nestes dois primeiros países europeus, sendo a maioria das manchetes sensacionalistas publicadas em França. No que diz respeito a Portugal, 89% das manchetes foram consideradas como sendo factuais e as restantes 11% mais emotivas ou sensacionalistas.

“A forma como os governos e a sua liderança se comportam e comunicam tem um impacto significativo na opinião pública e no comportamento dos cidadãos”, salientou o managing director da CARMA, Luís Garcia. Este acrescentou que a “confiança é crítica para o processo de aceitação da toma da vacina covid-19”, sendo a mesma “impulsionada pela clareza, consistência e certeza dos governos, ou pela falta das mesmas”.

Deste modo, “este estudo internacional da CARMA identifica o quanto as ações e comunicações de líderes políticos e porta-vozes são importantes, e como errar pode ter consequências negativas”, concluiu.

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