Vacinação. Ministério recusou apoio de médicos reformados, acusa a Ordem dos Médicos
A Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos lamenta a recusa de trabalho voluntário nas equipas de vacinação numa fase onde todo o apoio “é indispensável”.
24 Junho, 2021
A Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos (SRCOM) denunciou, na passada quarta-feira, em nota enviada à agência Lusa, a recusa por parte da tutela da colaboração voluntária de médicos aposentados na vacinação à covid-19. Estes casos aconteceram na área do Pinhal Litoral, no distrito de Leira.
De acordo com a SRCOM, “chegaram inúmeras queixas” de profissionais médicos, alguns reformados, que pretendem voluntariamente integrar as equipas dedicadas ao processo de vacinação contra a covid-19, especificamente na área de influência do Agrupamento de Centros de Saúde (ACES) do Pinhal Litoral, que engloba Leiria, Batalha, Marinha Grande, Pombal e Porto de Mós, e cuja ajuda foi recusada por parte do Ministério da Saúde.
“Num momento em que é preciso vacinar cada vez mais pessoas, no momento em que é importante recuperar as listas de espera nos cuidados de saúde primários, sendo fundamental voltar a ter os médicos de família dedicados no dia-a-dia aos doentes dos seus ficheiros, é absolutamente incompreensível recusar a graciosa ajuda de médicos que revelam um profundo sentido de altruísmo”, declarou o presidente da SRCOM, Carlos Cortes.
Tal como sublinha, “alguns são médicos reformados do SNS” que procuram “participar ativamente no combate à pandemia”. Estes querem ajudar nesta “tarefa fundamental para travar a pandemia e salvar vidas, de forma solidária, num momento tão difícil”. Neste sentido, Carlos Cortes salienta que esta recusa “não é compreensível e chega a ser uma situação revoltante”, especialmente nesta fase onde “todos são indispensáveis”.
Em nota de imprensa, este considera que “o SNS está a fazer um trabalho excecional”. No entanto, denuncia que “é inaceitável o Ministério da Saúde não aproveitar quem queria contribuir para ajudar a ultrapassar esta crise pandémica”, uma vez que “estamos a atravessar uma fase complexa” em que o trabalho destes médicos seria um “excelente apoio ao processo de vacinação” e “em que qualquer ajuda deve ser aproveitada para aumentarmos o número de pessoas vacinadas e aumentarmos a atividade assistencial de consultas”, conclui.
SO/LUSA