Portugal recomenda vacina da Janssen para pessoas com mais de 50 anos
DGS admite, no entanto, que pessoas com menos de 50 anos possam receber a vacina, desde que seja manifestado esse desejo e o posterior consentimento.
30 Abril, 2021
A vacina da Janssen, do grupo Johnson & Johnson, contra a covid-19 vai ser administrada em Portugal apenas às pessoas com mais de 50 anos, disse o secretário de Estado da Saúde nas Caldas da Rainha.
“A vacina da Janssen estará indicada e recomendada acima dos 50 anos de idade”, disse Lacerda Sales, que falava à margem de uma visita ao hospital de Caldas da Rainha do Centro Hospitalar do Oeste
“A vacina vai começar a ser agora aplicada” e será hoje publicada uma norma com estas indicações, indicou.
Na norma, a DGS esclarece que “em Portugal, recomenda-se, à data, que COVID-19 Vaccine Janssen® seja utilizada em pessoas com 50 ou mais anos de idade. Os estudos em curso e os dados que continuam a ser analisados pela Agência Europeia de Medicamentos podem justificar a revisão desta recomendação a qualquer momento”, pode ler-se na norma 004/2021 divulgada no ‘site’ oficial do organismo liderado por Graça Freitas.
Contudo, a orientação da DGS admite que pessoas com uma idade inferior aos 50 anos recomendados possam receber a vacina, desde que seja manifestado esse desejo e o posterior consentimento, após o conhecimento dos riscos e benefícios.
No dia 20, a Agência Europeia do Medicamento (EMA) concluiu que há uma possível relação entre a formação de coágulos sanguíneos e a vacina da Janssen, na sequência de terem sido registados oito casos de pessoas que desenvolveram coágulos sanguíneos em quase sete milhões de pessoas vacinadas nos EUA.
Um dia depois, a ministra da Saúde, Marta Temido, disse não haver qualquer restrição à utilização da vacina da Janssen em Portugal, uma vez que o plano de vacinação está atualmente focado nos mais de 70 anos.
A norma publicada pela DGS refere a existência dessas ocorrências, nomeadamente “trombose em territórios atípicos (incluindo trombose venosa central, trombose venosa esplâncnica e trombose arterial), concomitantemente com trombocitopenia”, sobretudo nas três primeiras semanas após a vacina (de toma única) e em mulheres abaixo dos 60 anos. Por isso, insta os profissionais de saúde a alertar os utentes para potenciais sintomas associados a estes casos.
Entre as reações adversas “muito frequentes”, consideradas ligeiras ou moderadas e que ficam resolvidas em poucos dias após a administração da vacina, a DGS cita “dor no local da injeção, cefaleias, fadiga, mialgias, náuseas”.
Paralelamente, a nota destaca que a vacina da Janssen “está sujeita a monitorização adicional (…) que irá permitir a rápida identificação de nova informação de segurança”. Nesse sentido, é reforçada a importância da notificação de eventuais reações adversas à Autoridade Nacional do Medicamento (Infarmed).
Questionado sobre a vacina da Astrazeneca, o secretário de Estado da Saúde adiantou que é hoje publicada uma norma atualizada.
Lacerda Sales afirmou que Portugal segue as recomendações das organizações internacionais, nomeadamente da Agência Europeia do Medicamento, e “está preparado para fazer todos os ajustes do plano em articulação com aquilo que são as orientações das organizações internacionais”.
Sobre a administração da vacina da Pfizer a jovens, o governante adiantou que as recomendações que existem “é para [pessoas] acima dos 18 anos”.
LUSA