Peritos defendem plano para eventual “reforço massivo da vacinação”

A pneumologista Raquel Duarte defende um "plano que garanta que este processo não fique apenas a cargo dos cuidados de saúde primários, porque isso pode condicionar a capacidade de resposta".

17 Setembro, 2021

A investigadora Raquel Duarte, que lidera a equipa de peritos que aconselha o Governo na definição do processo de desconfinamento, defendeu a necessidade de preparar um plano para acautelar o possível reforço da vacinação contra a covid-19.

“[Deve-se] Continuar a apostar na vacinação e antecipar desde já a eventual necessidade de reforço massivo da vacinação, estabelecendo um plano que garanta que este processo não fique apenas a cargo dos cuidados de saúde primários, porque isso pode condicionar a capacidade global de resposta em termos de saúde, e manter as estratégias que se mostraram eficazes, como fácil acesso, envio de mensagens, equipas de proximidade, entre outras”, disse.

Na intervenção realizada na reunião do Infarmed, em Lisboa, que volta a juntar especialistas, membros do Governo e o Presidente da República para a análise da evolução da pandemia em Portugal, Raquel Duarte assinalou ainda a importância de manter a testagem – com a identificação de populações de maior risco e a promoção dos testes gratuitos – e a monitorização de variantes.

Além da defesa da manutenção das medidas de prevenção gerais, como o arejamento de espaços interiores ou a promoção do distanciamento, a pneumologista salientou também que a “necessidade de controlo de fronteiras é evidente”, em que o “certificado digital deve ser utilizado como garantia adicional de segurança” para a entrada de pessoas no país.

“Recomendamos a adoção forte das medidas em espaços fechados, onde não é possível o distanciamento. Em todos os setores, propomos que haja a implementação destas medidas gerais, exceto nas unidades residenciais para idosos e neste contexto propomos uma implementação de medidas protetoras mais apertadas”, frisou, acrescentando que “os idosos devem ser um grupo prioritário para a terceira dose da vacina”.

Ainda sobre os idosos, Raquel Duarte reiterou a necessidade de “garantir a segurança relativamente a quem chega do exterior”, pelo que advogou que o uso do certificado digital para acesso aos espaços – face à “cobertura vacinal muito alta” – deve ficar reservada a circunstâncias de maior risco, como os estabelecimentos residenciais para idosos.

Entre as principais mensagens da especialista da ARS Norte, do Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto e do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar sobressaiu a ideia de uma “transição da obrigatoriedade das medidas para uma responsabilidade individual”, assente numa promoção da capacidade de autoavaliação do risco e acompanhada por “comunicação permanente” que seja “clara e inequívoca” nesta matéria.

“Propomos adaptar a estratégia à circunstância atual. Não entramos numa fase de cancelamento das medidas, de todo. É fundamental que todos nós mantenhamos a vigilância e adotemos as medidas protetoras em função do risco”, enfatizou, sem deixar de apontar o caso especial dos transportes públicos, em que os peritos recomendam “a utilização obrigatória de máscara de forma transitória” devido “à impossibilidade de controlo de exposição ao risco”.

LUSA

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