OMS recomenda vacinação contra a gripe face segunda onda de Covid
Recomendação da OMS surge no sentido de evitar sobrecarga, devido à gripe, dos serviços de saúde, empenhados no combate à Covid.
29 Setembro, 2020
A Organização Mundial de Saúde (OMS) apela à vacinação contra o vírus da gripe sazonal, sobretudo nas pessoas com condições médicas pré-existentes. Isto porque os casos mais graves de gripe podem requerer internamento hospitalar, o que sobrecarregaria os serviços de saúde ainda a braços com numerosos casos de Covid-19, e em alguns casos os sintomas das duas doenças podem confundir-se e causar alarme, por exemplo nas escolas, alertam os peritos.
“Apelamos especialmente às pessoas com condições médicas pré-existentes para que se vacinem contra a gripe”, sublinhou o diretor de Emergências Sanitárias da OMS, Mike Ryan, citado pela agência EFE, numa sessão pública de perguntas e respostas emitida pela agência das Nações Unidas através das suas redes sociais.
A diretora técnica da OMS para a Covid-19, Maria Van Kerkhove, acrescentou ainda que estão a observar-se “tendências preocupantes” na evolução da pandemia em países do hemisfério norte, devido ao aumento de casos de coronavírus ainda antes do início da temporada da gripe.
Ainda que muitos desses aumentos se devam a que muitos países estejam a melhorar a sua capacidade de diagnóstico, e já não se detetem apenas casos mais graves como na primeira onda da pandemia, “também há uma preocupante subida das hospitalizações e da ocupação de unidades de cuidados intensivos”, referiu a perita norte-americana.
Van Kerkhove mencionou que esta tendência está a ser observada em países como Espanha ou França, no leste da Europa e em alguns estados dos EUA, pelo que pediu maior cuidado, mesmo reconhecendo que o mundo está agora “melhor preparado e não na mesma situação do que no princípio da pandemia”.
Mike Ryan acrescentou que a principal preocupação agora é que o aumento de casos de Covid-19 e gripe aconteça em simultâneo e que isso “dificulte enormemente” o trabalho de médicos e enfermeiros a tratar os casos mais graves.
O responsável adiantou também que continua a não existir provas de que o novo coronavírus SARS-CoV-2, que causa a Covid-19, aumente de virulência com a baixa de temperaturas, como ocorre com a gripe.
O especialista, que afirmou que foram detetados casos de infeção de uma mesma pessoa com gripe e Covid-19, disse que o objetivo agora deve ser “maximizar a taxa de sobrevivência e minimizar o tempo de hospitalização” e para isso há que começar por baixar o número total de contágios.