Covid-19: cancelamento de consultas e exames é uma das consequências
Entidade Reguladora da Saúde adianta que número de consultas médicas presenciais em hospitais do SNS diminuíram 16% face período homólogo do ano anterior.
29 Setembro, 2020
Ainda que as consultas telefónicas ou por videochamada tenham sido adotadas em muitos serviços de saúde para evitar deslocações a hospitais, clínicas e centros de saúde, a verdade é que muitos foram os portugueses que deixaram de ir ao médico desde que a pandemia começou a ganhar relevo. Só no mês de março, a Entidade Reguladora da Saúde (ERS) observou uma redução de 16% no número de consultas médicas hospitalares realizadas presencialmente no Serviço Nacional de Saúde (SNS) em comparação com o mesmo período do ano passado.
Cenário idêntico verificou-se um pouco por todo o mundo, com a Organização Mundial da Saúde (OMS) a concluir, após estudar o fenómeno da interrupção da prestação de cuidados em 155 países, que em cerca de metade foram adiados os rastreios oncológicos à população, 53% interromperam total ou parcialmente os serviços de tratamento da hipertensão arterial, 49% fizeram-no no que diz respeito ao tratamento da diabetes e complicações relacionadas, em 42% houve interrupção nos serviços oncológicos e em 31% dos casos foram afetadas as emergências cardiovasculares.
Consequências dos adiamentos
Serão muitas as eventuais consequências dos cancelamentos e adiamentos de consultas e exames: O constante adiar, seja por medo ou por dificuldade de acesso, garantidamente vai descontrolar doenças crónicas e dificultar diagnósticos precoces.
Como exemplo desta última situação, o AVC em pessoas com hipertensão não controlada, cancros diagnosticados em fases tardias e com menor probabilidade quer de sobrevida quer de qualidade de vida.
Não são só as consultas que estão a ser evitadas, mas também as urgências e quando os doentes recorrem a um serviço de urgência apresentam já quadros mais críticos, quer de doença aguda ou de doença crónica descompensada.