Meta dos 70% de população com 1.ª dose da vacina pode atrasar-se até 15 dias
Eventual atraso prende-se com os adiamentos nalgumas entregas de vacinas por parte de dois labotatórios, a Janssen e a AstraZeneca.
23 Junho, 2021
O coordenador da ‘task-force’ para o Plano de Vacinação contra a Covid-19 admitiu hoje um atraso de até 15 dias na meta de 70% de população vacinada com a primeira dose, por causa de adiamentos nalgumas entregas de vacinas.
“A meta dos 70% de primeiras doses prevista para 8 de agosto pode atrasar-se até 15 dias”, disse o vice-almirante Gouveia e Melo, que falava durante uma audição na Comissão Parlamentar de Saúde.
O responsável apontou a redução de vacinas por parte de duas farmacêuticas. “Estou a fazer o que posso para otimizar o ‘stock’”, afirmou o responsável.
Menos 300 mil doses da Janssen em relação ao previsto
Portugal teve acesso em junho a cerca de metade das 300.000 vacinas da Janssen que estavam previstas e este mês o corte será de 150.000 vacinas do mesmo laboratório, anunciou o coordenador do Plano de Vacinação contra a covid.19.
O vice-almirante Gouveia e Melo explicou que em junho estava previsto o acesso a 300.000 vacinas da Janssen e só chegaram 146.000 e que este mês estavam previstas 800.000 e serão menos 150.000. “E isto são coisas que só sabemos a 15, 20 ou 30 dias, no máximo”, afirmou.
Gouveia e Melo falou ainda dos atrasos na entrega da vacina da AstraZeneca, afirmando que depois do acórdão do Tribunal Europeu houve um “ligeiro aumento” nas entregas, mas “nada que compensasse contratos que estavam feitos”.
“O que tem valido é a antecipação no contrato, através da intermediação Infarmed, em relação às vacina da Pfizer previstas para o 4.º trimestre, que foram antecipadas para o 2.º, o que permitiu reforçar (…) e compensar o plano”, afirmou.
Ainda a propósito de alterações nas previsões das autoridades, o responsável apontou a vacina da biofarmacêutica alemã CureVac, que na semana passada se soube ter conseguido alcançar apenas 47% de eficácia.
“Era para estar disponível no 3.º trimestre e já não estará”, afirmou Gouveia e Melo, acrescentando: “São estas más notícias que nos deixam preocupados”.
Na comissão, o vice-almirante Gouveia e Melo disse ainda que há cerca de 47% da população vacinada com a primeira dose e 30% com a vacinação completa e adiantou que o ritmo de vacinação tem sido afetado por falta de vacinas suficientes.
“Não tem sido por falta de capacidade do sistema, mas pela disponibilidade de vacinas e pela regularidade na entrega”, acrescentou.
O responsável adiantou que o ritmo de vacinação está acima das 100.000 vacinas por dia e, alargando os horários, será possível chegar às 140.000 por dia. “Se tivermos vacinas para manter esse ritmo ele será mantido e, se possível, ultrapassado” afirmou Gouveia e Melo, acrescentando:
“Não está nas nossas mãos, nem nas da população, controlar as vacinas que recebemos”, disse.
LUSA