Mais seis milhões de crianças expostas a doenças evitáveis

O declínio vacinal não aconteceu somente com a pandemia, verificando-se, à escala global, uma estagnação nos últimos 10 anos.

26 Julho, 2022

O ano 2021 ficou marcado pela maior quebra na vacinação infantil em 30 anos. No caso da vacina contra a difteria, tétano e tosse convulsa (DTP3), dos 25 milhões de crianças sem a cobertura completa, 18 milhões não receberam uma única dose (cerca de 31%), segundo um comunicado da OMS e da UNICEF.

Recorde-se que a administração das doses desta vacina são um indicador usado para medir a cobertura da vacinação entre países.

Em comparação com 2019, dados da OMS apontam  para que haja mais seis milhões de crianças expostas a doenças evitáveis e que podem ser fatais. As causas para este declínio são múltiplas, incluindo-se as restrições da pandemia, com interrupções de serviços e de cadeias de distribuição, desvio de recursos e medidas de contenção. Acresce, ainda de acordo com o comunicado, os ambientes de guerra e o aumento da desinformação.

Apesar de ser um problema de saúde de todos os continentes, as crianças mais afetadas continuam a ser as que vivem em países com baixos e médios rendimentos. Destaque especial para o Leste asiático e o Pacífico, onde a cobertura vacinal é baixa e para Moçambique e Myanmar, onde muitas nem sequer receberam a primeira dose.

 

Menos 25% de vacinação contra o HPV

Os números preocupantes não se cingem apenas à vacina contra a difteria, tétano e tosse convulsa. Desde 2019, também se registaram menos 25% de doses da vacina contra o vírus do papiloma humano (HPV), o que terá impacto, no futuro, na saúde da mulher.

O mesmo tem acontecido com as restantes vacinas infantis, tendo-se notado já nos últimos 12 meses um acréscimo de casos de sarampo e poliomielite.

É um alerta vermelho para a saúde infantil. Embora fosse expectável uma ressaca pandémica no ano passado, devido aos bloqueios e interrupções da covid-19, o que estamos a ver agora é um declínio sustentado”, salientou Catherine Russel, diretora-executiva da UNICEF.

Tedros Adhanom Ghebreyesus, director-geral da OMS, acrescentou que “o planeamento e o combate à covid-19 também devem andar de mãos dadas com a vacinação contra doenças mortíferas, como sarampo, pneumonia e diarreia”.

A expectativa era que 2021 fosse um ano de recuperação para os programas de vacinação a nível mundial, esperando-se que se regressasse a valores de 2019. Contudo, o cenário é outro e está a preocupar as entidades de saúde, por ser mais um problema a juntar-se à desnutrição aguda grave nalguns países.

No comunicado alerta-se ainda para o facto de que o declínio vacinal não aconteceu somente com a pandemia, verificando-se, à escala global, uma estagnação nos últimos 10 anos.

Descubra mais sobre a Vacinação em Portugal

VACINAS
DO PROGRAMA NACIONAL DE VACINAÇÃO

A melhor proteção
contra doença

VACINAS
OPCIONAIS

Livres e opcionais
na protecção extra

VACINAS
DO VIAJANTE

Antes de viajar
consulte o seu médico