Cientistas defendem prioridade da vacinação a “super disseminadores”

A equipa de investigadores da Universidade de Aveiro defende que a vacinação deste grupo poderia limitar "muito mais a propagação e diminuir o número de mortes".

12 Fevereiro, 2021

Investigadores da Universidade de Aveiro (UA) defendem que devem ser vacinados primeiro os “super disseminadores”, para limitar a propagação da covid-19 e diminuir o número de mortes, segundo um estudo hoje divulgado.

São considerados “super disseminadores” pessoas que têm um poder de disseminação do coronavírus até 10 vezes mais do que a média para a mesma faixa etária.

Segundo os cientistas, “o grosso dos super disseminadores” encontra-se na faixa entre os 30 e os 39 anos, que corresponde a cerca de 2,5% da população portuguesa.

De acordo com as conclusões a que chegaram os investigadores da UA, a vacinação de “super disseminadores” “limita muito mais a propagação do coronavírus e pode diminuir o número global de mortes do que a estratégia que está a ser seguida pelos países da União Europeia (…), de vacinar primeiros os idosos e sucessivamente os grupos etários de idades inferiores.

Os profissionais de saúde, professores de todos os níveis de ensino, trabalhadores de transportes públicos, trabalhadores de supermercados e outros que lidam diretamente com um grande número de pessoas são exemplos de possíveis “super disseminadores”, de acordo com José Fernando Mendes, que lidera a investigação.

“Concluímos que dar maior atenção e mesmo vacinar primeiro os ‘super disseminadores’ torna o protocolo de vacinação mais eficiente e permite salvar muitas mais vidas”, garante José Fernando Mendes, investigador do Instituto de Nanoestruturas, Nanomodelação e Nanofabricação (I3N) e do Departamento de Física da UA.

Através de um modelo epidemiológico, José Fernando Mendes e os seus colaboradores mostram que se o país vacinar 20% da população da faixa etária situada entre os 30 e os 39 anos, com uma eficácia da vacina de 70 a 95%, o país teria menos duas a três mil mortes, num contexto pandémico semelhante ao de janeiro.

O estudo prevê também que, no melhor dos cenários, no final do ano atingir-se-á um número total de mortes a rondar os 21.000.

No trabalho, a equipa de cientistas mostra que a escolha criteriosa de quem vai compor o primeiro grupo a ser vacinado “pode impactar significativamente tanto no número total de óbitos quanto na procura por cuidados de saúde”.

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