AstraZeneca. Reino Unido só detetou coágulos num em cada 126 mil vacinados
O regulador britânico de saúde defende que os benefícios da vacina da AstraZeneca superam os riscos.
23 Abril, 2021
O regulador britânico de saúde adianta ter identificado 168 casos de coágulos sanguíneos entre os 21,2 milhões de pessoas que receberam essa vacina anti-covid-19 – o que representa uma média de um caso em cada 126 mil pessoas.
De acordo com os dados divulgados, que analisam a situação até 14 de abril, 32 dessas pessoas morreram.
A taxa de incidência é, portanto, de 7,9 casos de coágulos por milhão de doses e os dados sugerem uma taxa maior em adultos mais jovens, referiu o regulador, sublinhando que estes elementos devem ser levados em consideração no uso dessa vacina.
O comité científico que supervisiona a campanha de vacinação britânica recomendou, no início de abril, limitar, sempre que possível, o uso da vacina da AstraZeneca a pessoas com mais de 30 anos.
O receio provocado pela deteção de casos raros de coágulos sanguíneos em pessoas a que foi administrada esta vacina levaram vários países europeus a limitar o fármaco desenvolvido pela Universidade de Oxford e pelo laboratório anglo-sueco às faixas mais velhas da população.
Os casos de coágulos no Reino Unido afetaram 93 mulheres e 75 homens com idades entre os 18 e os 93 anos, um dos quais após ter recebido a segunda dose da vacina.
Este aumento do número de casos “era esperado”, disse o professor da Universidade de Bristol Adam Finn, citado pela organização Science Media Centre.
Salientando que tanto o público como as equipas de enfermagem já estão conscientes dessa síndrome, Adam Finn referiu que “os casos são assinalados de forma fiável e rápida” e que alguns “que aconteceram anteriormente já foram reconhecidos e igualmente assinalados”.
O especialista sublinhou, no entanto, que os coágulos “vão continuar a ser um evento muito raro”.
Com o maior número de mortos na Europa – mais de 127.000 pessoas – o Reino Unido desenvolveu uma campanha de vacinação em massa, estando atualmente a usar as vacinas da AstraZeneca, da Pfizer/BioNTech e da Moderna.
SO/LUSA