Vacinar sim, e em todas as idades
A opinião de Rui Costa, especialista de Medicina Geral e Familiar e membro do GRESP [Grupo de Estudos de Doenças Respiratórias] da APMGF
21 Abril, 2022
Em plena Semana Europeia da Vacinação, este ano subordinada ao tema da importância das vacinas na proteção da população de todas as idades e origens, lembramos o impacto inquestionável das vacinas: seguras, eficazes e pouco dispendiosas quando comparadas com os custos e os riscos da cura, evitam quatro mortes por minuto, 5.760 óbitos por dia, em todo o mundo.
A vacinação deve ser uma aposta em todas as fases da vida e é especialmente importante na prevenção de doenças respiratórias graves como a pneumonia. Transversal à sociedade, das 36 mortes diárias por doenças respiratórias no nosso país, 16 são causadas por pneumonia. A aposta na prevenção poderia evitar a maioria.
Na pneumonia, como em todas as doenças, a prevenção é preferível à cura. A evolução de uma doença é sempre um enigma e os riscos que acarreta (entre sequelas e mortes) são demasiado altos. A vacinação deve ser prioritária em todas as faixas etárias, mas é particularmente importante entre os doentes crónicos e outros grupos de risco mas também em todas as pessoas acima dos 65 anos. Quem teve COVID-19 grave, por exemplo, corre risco acrescido de contrair outras doenças respiratórias.
A eficácia e a segurança das vacinas estão provadas, e a vacinação continua a ser a melhor forma de evitarmos, não só a pneumonia, como outras patologias graves. No caso da vacina antipneumocócica, está recomendada pela Direção-Geral da Saúde e já está em PNV para as crianças e para os grupos de maior risco.
E se no caso das crianças o esquema vacinal deve cumprir as três doses, para os adultos, basta uma. É muito simples, vacine-se.