Só Portugal e Islândia não preveem vacinar quem já esteve infetado
Portugal e a Islândia são os únicos países que ainda não estão a incluir as pessoas que estiveram infetadas pelo SARS-CoV-2 nos grupos a imunizar.
30 Março, 2021
O Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças (ECDC) publicou um relatório que avalia a implementação dos planos de vacinação contra a Covid-19 dos diferentes países e em que se destaca que Portugal e a Islândia são os únicos países que ainda não estão a incluir as pessoas que estiveram previamente infetadas pelo SARS-CoV-2 nos grupos a imunizar.
De acordo com o ECDC, há países que estão a optar por cumprir o esquema vacinal de duas doses (como a Alemanha, Suécia ou Bélgica) a quem já esteve infetado, sendo que outros países estão a optar por apenas uma dose (casos de Espanha, França ou Itália). Só Portugal está ainda a avaliar a situação e a Islândia não recomenda mesmo.
A Ordem dos Médicos na necessidade de incluir nos primeiros grupos de vacinação os profissionais de saúde e as pessoas com 80 anos ou mais que já tiveram covid-19 há mais de 90 dias.
Esta preocupação já foi antes expressa pela Ordem dos Médicos, entidade que apela a uma rápida revisão da norma da Direção-Geral da Saúde que impede a vacinação de quem já teve Covid-19, sobretudo para incluir os médicos e outros profissionais de saúde, que por força da sua atividade incorrem em maiores riscos.
A Ordem reclama, em comunicado, a rápida revisão da norma que “impede a vacinação prioritária de médicos que já tiveram covid-19”, pois estes podem “ser veículo de transmissão da doença na comunidade”, em particular a doentes mais fragilizados que necessitam de cuidados de saúde por patologia não-Covid.
“A pandemia tem-nos levado a tomar algumas decisões ainda em cenário de incerteza, mas desta vez temos já evidência científica suficiente para percebermos que o risco de reinfeção é real e que mesmo em quem teve formas graves da doença é possível acontecer uma nova infeção em prazos que não conseguimos determinar”, explica o bastonário da Ordem dos Médicos.
“Desta forma, é urgente que se reveja a norma para podermos incluir todas as pessoas que já tiveram Covid-19 nas fases de vacinação que lhes estariam por natureza destinadas. No caso dos médicos e outros profissionais de saúde a situação torna-se ainda mais urgente pois, por inerência do seu trabalho, estão expostos ao risco e lidam com doentes frágeis que ficam também desprotegidos”, acrescenta Miguel Guimarães.
SO
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