Itália também suspende uso da vacina da AstraZeneca
Casos de formação de coágulos sanguíneos estão a causar preocupação em vários países. Agência Europeia do Medicamento recusa, para já, ligação dos casos à vacina.
11 Março, 2021
Vários países europeus anunciaram a suspensão da administração da vacina da AstraZeneca contra a Covid-19. O último a anunciar a medida foi a Itália. A Dinamarca justifica a suspensão por precaução devido a receios relacionados com a formação de coágulos sanguíneos nas pessoas vacinadas, anunciou a autoridade sanitária do país.
A suspensão acontece “após relatos de casos graves de formação de coágulos sanguíneos em pessoas que foram vacinadas com a vacina covid-19 da AstraZeneca”, indicou a Agência Nacional de Saúde, sublinhando que, “neste momento, não se pode concluir a existência de uma ligação entre a vacina e os coágulos sanguíneos”.
Segundo a autoridade de saúde dinamarquesa, a Agência Europeia do Medicamento (EMA) já iniciou uma investigação sobre o assunto. Entretanto, a EMA informou esta quinta-feira que foram registados 22 casos de trombose, entre o universo das 3 milhões de pessoas vacinadas com a vacina da AstraZeneca na Europa.
De acordo com uma nota no site da EMA, os especialistas consideram improvável que estes eventos estejam relacionados com um defeito de qualidade. Rejeitam ainda a existência de uma relação causal entre a administração da vacina da AstraZeneca e o risco para eventos tromboembólicos.
“Os benefícios da utilização da vacina contra a covid-19 da AstraZeneca mantêm-se superiores ao risco, não havendo qualquer alteração às recomendações da sua utilização”, explica a Agência Europeia do Medicamento.
A Dinamarca junta-se assim juntando-se à Áustria, Estónia, Lituânia, Luxemburgo e Letónia, que também interromperam o uso desta vacina. A Áustria ordenou mesmo a retirada do lote de vacinas ABV5300 após a morte de uma pessoa que tinha sido inoculada. O lote em questão foi distribuído a 17 Estados-membros e é composto por um milhão de doses, mas não é utilizado em Portugal, garante o Infarmed, que está a acompanhar a situação.
O óbito registado tratou-se de uma enfermeira do hospital austríaco de Zwettl, de 49 anos, que morreu 10 dias depois de ter recebido a vacina devido “a graves transtornos da coagulação”. Há ainda outro caso no país, o de uma enfermeira do mesmo hospital, de 35 anos, que sofreu uma embolia pulmonar após ter sido inoculada com o fármaco