Quem recusar vacina da AstraZeneca vai para o fim da fila
Princípio na base do processo de vacinação é o de não escolha da vacina. Assim, quem recusar a vacina vai para o fim da fila e, mesmo aí, não poderá escolher que vacina tomar.
19 Março, 2021
As dúvidas relacionadas com a segurança da vacina da AstraZeneca, entretanto dissipadas com a garantia, dada pela Agência Europeia do Medicamento (EMA) de que a vacina é segura, aumentaram o ceticismo de parte da população em relação a esta vacina em particular, havendo casos de pessoas que estão a recusar a vacina quando são contactados pelos profissionais de saúde para agendar a administração.
Ora, caso alguém, a quem foi atribuída a vacina da AstraZeneca, recuse ser inoculado, passa automaticamente para o fim da fila e, mesmo no momento em que finalmente for vacinado, não poderá escolher a vacina que quer tomar, avança o jornal Público. “O princípio no processo de vacinação é a não escolha da vacina, porque as vacinas aprovadas são igualmente boas e seguras”, diz o vice-almirante Henrique Gouveia e Melo, que coordena o plano de vacinação.
“A regra é simples: não dá para escolher. Seria ingerível. Se as pessoas não aceitam a regra, e têm esse direito, vão ter que esperar”, diz, ao Público, José Luís Biscaia, director executivo do Agrupamento de Centros de Saúde do Baixo Mondego.
Também Diogo Urjais, presidente da Associação Nacional das Unidades de Saúde Familiar, explica que “recusar é impossível à partida. A orientação é: o utente não escolhe a vacina”. “Não podemos eliminar a pessoa da lista, o que dizemos é que vai ter que esperar, correndo o risco de não ser vacinada”, explica.
Tanto a DGS como o Infarmed reafirmam a segurança da vacina da AstraZeneca, apoiando a confiança na reavaliação feita pela EMA. “Os benefícios da vacina superam claramente qualquer risco de reacção adversa. Isso foi muito claro nas conclusões do comité. Também foi referido que a vacina não está associada ao aumento geral do risco de coágulos sanguíneos na sua administração”, esclareceu o presidente do Infarmed, Rui Ivo.