Pessoas com alergias só são vacinadas depois de uma consulta hospitalar
Foi atualizada uma norma que determina a referenciação para uma consulta de especialidade de utentes com historial alérgico.
3 Maio, 2021
A vacinação de pessoas com historial de alergias está agora dependente de uma consulta hospitalar prévia de imunoalergologia. As orientações da Direção-Geral da Saúde (DGS) foram atualizadas em março e determinam a referenciação prioritária para consulta devido ao maior risco que estes doentes apresentam.
Ao Jornal de Notícias, a responsável pelo grupo de interesse de alergia a fármacos da Sociedade Portuguesa de Alergologia e Imunologia Clínica, Luísa Geraldes, explicou que com a atualização da norma restringiu-se também o conceito de alergia. Quando a primeira vacina para a Europa foi aprovada, em dezembro, estavam apenas indicadas para a vacinação em meio hospitalar, sem consulta prévia com utentes alérgicos a fármacos e alimentos.
O conceito, agora, afinou-se: hipersensibilidade a qualquer um dos excipientes da vacina; reação anafilática a uma dose anterior; ou diagnóstico prévio de anafilaxia idiopática ou reações anafiláticas recorrentes e sem causa aparente.
Processo Necessário
Quando estes utentes são convocados para a vacinação, têm de responder a um questionário, no qual detalham as alergias. Se preencher algum dos critérios acima referidos, o doente é referenciado, “com caráter prioritário, para um serviço de imunoalergologia”, esclarece o presidente da Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar, Nuno Jacinto.
De seguida, o hospital requisita as vacinas para a imunização; caso o utente não apresente o histórico de alergias referenciado, o relatório segue para o médico de família que irá agendar a imunização.
Com quatro vacinas disponíveis no mercado, “nem todas com os mesmos excipientes”, a seleção da vacina é feita de acordo com a alergia identificada pelos médicos, explicou a imunoalergologista Luísa Geraldes.
SO