Idosos são o grupo mais recetivo à vacinação contra a covid-19 em Portugal
O relatório “Diários de uma Pandemia” mostra que a intenção de vacinação foi sempre mais frequente entre as com 60 anos ou mais (entre 92% e 95%).
5 Maio, 2021
Um relatório do Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto, publicado ontem, revela que a intenção de ser vacinado contra a covid-19 é superior nas pessoas com 60 ou mais anos e menor nos indivíduos entre os 40 e 49 anos.
Estas conclusões são do relatório “Diários de uma Pandemia”, uma iniciativa desenvolvida pelo Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto (ISPUP) e pelo Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores, Tecnologia e Ciência (INESC TEC), que pretende perceber o que mudou no dia-a-dia das pessoas desde o primeiro confinamento e as suas intenções de serem vacinadas.
Cerca de 90% dos inquiridos mantiveram a intenção de ser vacinados contra a covid-19 ao longo das 10 semanas em estudo. Esta intenção foi sempre mais frequente entre os participantes com 60 anos ou mais (entre 92% e 95%) e menos em pessoas entre os 40 e 49 anos (84% e 85%).
Os inquiridos com “maior rendimento” também se mantiveram mais favoráveis à vacinação e não existiram diferenças regionais “notórias”.
Durante o decorrer do estudo, o relatório refere que a quantidade de participantes que referiram ter sido vacinados aumentou “entre 3% e 6%”, sendo que as estimativas se referem a novas vacinações e não ao total de pessoas vacinadas na amostra.
“As novas vacinações foram sempre mais frequentes nos mais velhos e a proporção de novos vacinados acelerou de forma semelhante em todas as idades abaixo dos 60 anos”, explica o relatório.
A investigação analisou ainda o trabalho presencial e o teletrabalho, os contactos de proximidade, a socialização e a utilização de serviços de saúde ou comércio.
Entre o início de fevereiro e o início de abril, o trabalho presencial aumentou 49%, sendo mais frequente nas regiões do Centro e Norte, “bem como entre os trabalhadores com menor rendimento”.
O teletrabalho foi sempre mais frequente na Área Metropolitana de Lisboa, entre as pessoas com 60 ou mais anos e nos participantes com maior rendimento, mas foi descrescendo “globalmente 20% entre fevereiro e abril”.
Relativamente aos contactos com pessoas externas ao agregador familiar, o documento revela que os mesmos aumentaram 82% entre fevereiro e abril, tendo sido “menos frequentes nos inquiridos com mais idade, bem como nos residentes da Área Metropolitana de Lisboa”.
As visitas a casa de amigos, familiares ou colegas também aumentaram 50% no período em análise, o mesmo aconteceu com as saídas para passear ou fazer exercícios, que aumentaram 32%.
Quanto às deslocações a estabelecimentos comerciais considerados não essenciais aumentaram “quatro vezes”, entre fevereiro e abril, foram referidas pelos participantes mais velhos e residentes na Área Metropolitana de Lisboa.
“Ao longo destas 10 semanas, as compras online de bens que pudessem ser adquiridos presencialmente diminuíram para menos de metade”, destaca o relatório.
O estudo decorreu entre 3 de fevereiro a 11 de abril e teve a participação de 3795 pessoas, com idades entre os 18 e 60 ou mais anos. Foram respondidos mais de 170 mil questionários.