Autoridades brasileiras descartam relação entre vacina contra a covid-19 e paragem cardíaca numa criança
Menina de 10 anos morreu, 12 horas depois de ser vacinada. Criança tinha problema cardíaco que os pais desconheciam.
21 Janeiro, 2022
As autoridades sanitárias de São Paulo descartaram a relação entre a vacina contra a covid-19 e uma paragem cardíaca sofrida por uma menina de 10 anos, 12 horas depois de ser imunizada numa cidade deste estado brasileiro.
“Concluiu-se que não é um evento adverso à vacina. Não há relação com o imunizante administrado. O que se descobriu, infelizmente, foi um problema cardíaco que os pais desconheciam“, declarou o secretário de Saúde de São Paulo, Jean Gorinchteyn, numa conferência de imprensa.
Devido a esta ocorrência, a cidade de Lençóis Paulista, com 70 mil habitantes e localizada no interior do estado de São Paulo, suspendeu por sete dias a vacinação de crianças entre 5 e 11 anos e a campanha de imunização infantil que começou na última sexta-feira no Brasil.
Segundo o secretário de Saúde, que é médico infecciologista, com a conclusão alcançada no caso espera-se que a vacinação seja retomada naquele município para que todas as crianças “regressem às aulas protegidas”.
A criança, que sobreviveu, recebeu a primeira dose pediátrica da vacina da Pfizer/BioNTech na quarta-feira.
Em nota, a Pfizer afirmou que “não existem alertas de segurança graves relacionados com o imunizante” e que os ensaios clínicos com 2.268 crianças realizados nos Estados Unidos, Finlândia, Polónia e Espanha “apresentaram respostas robustas na produção de anticorpos e um perfil de segurança favorável”.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), órgão regulador de medicamentos no Brasil, autorizou hoje a aplicação em crianças de 6 a 11 anos da vacina Coronavac, do laboratório chinês Sinovac, que é produzida no Brasil pelo Instituto Butantan, ligado ao governo de São Paulo.
Crianças de 5 anos, que não foram autorizadas a receber o Coronavac, serão vacinadas com o imunizante da Pfizer.
Atualmente o Brasil enfrenta os maiores picos de infeções durante a pandemia, mas sem aumento de mortes, o que é atribuído ao progresso da vacinação que a já atingiu quase 70% de sua população.
LUSA